sábado, 26 de janeiro de 2013

Convivencia e o que fazer no meio

Nao eh uma completa novidade que o excesso de convivencia destroi qualquer tipo de relacionamento. Comigo eh ate um pouco menos do que o excesso, pois me canso de conversar com as mesmas pessoas sobre os mesmos temas, todas as vezes.

Como temos que conviver com muita gente igual por muito tempo a opçao eh ficar cada vez mais quieto enquanto a repeticao dos assuntos vai aumentando. Claro, esta repeticao aumenta porque a convivencia aumenta, criando um circulo vicioso ate que o inimaginavel acontece: voce nao aguentar mais a pessoa e querer, com todas suas forças, nao ouvir mais aqueles mesmos papos, pontos de vista e opinoes.

E isto nao tem nada a ver com nivel cultural do outro lado ou com sua personalidade. Por mais interessante, culta ou perspicaz que possa ser em algum momento nao muito longe do momento que a conhecemos ela se torna muito repetitiva. Afinal, pessoas, de forma geral, possuem um repertorio de assuntos bastante ligados a suas crencas, valores e trabalho; o que invariavelmente reflete sua vida cotidiana e eh, por isto, bem limitado. Depois que ela nos conta todas suas ideias ou pensamentos sobre isto, meio que acabou. Acabou a novidade, acabou a graça e infelizmente, acabou a vontade de falar com ela.

Não é a toa que grandes mentes discutem ideias, medianos discutem eventos e ignorantes discutem pessoas. Ter idéias é de fato algo incrivelmente diferente para o ser humano médio e inatingível para um ignorante. Algo assustador, podemos dizer. Idéias fazem as crenças serem questionadas, verdades absolutas serem destruídas e novas empresas serem criadas. Ninguém quer este tipo de stress !! Let´s keep simple, stupid !

Para uma pessoa mais quieta como eu, o prazo de entendimento tende a ser mais curto, pois como falo pouco, por consequencia a outra pessoa fala mais, em todos os encontros, fazendo com que os assuntos terminem mais rapidamente.

Bem, mas o que acontece quando os assuntos relacionados a crenças e valores terminam ? Entramos na analise de situaçoes e eventos. Na maioria deles não estamos presentes, ou estavamos, e por isto, tanto os motivos que os fizeram acontecer quanto os respectivos desfechos não nos interessa. Esta fase costuma ter uma duração media, mas desproporcional ao interesse da primeira parte do relacionamento que eh quando estamos conhecendo a pessoa e analisando se ela possui algo em comum conosco. Não podemos esquecer que todo relacionamento é uma atividade funcional. Não nos relacionamos com pessoas que não temos nada para aprender. Mesmo os piscianos não acreditando nisto.

A terceira parte, entretanto, claramente quando acaba a segunda, é a pior e precisamos rapidamente eliminá-la: quando depois dos valores, crenças e eventos, começamos a discutir pessoas e comportamentos. Daí fica insuportável para mim. Se já no primeiro assunto eu nao tinha muito o que falar pq estava aprendendo e, no segundo, minha relação audição-interação sobe muito. Na terceira fase, depois de ouvir praticamente tudo que me interessava e tudo que não me interessava, o relacionamento torna-se de fato insuportável. Portanto é hora de ir.

Com conhecidos a atitude é mais facil. Com amigos, mais complicado, apesar de possível. É justamente nesta terceira fase que os amigos que se conhecem ha mais tempo mais concordam e ambos se despedem. Desta forma, toda vez que se encontram, falam de eventos que tenham algum interesse mútuo, batem um papo leve sobre nada e depois se despedem. Estas amizades costumam durar a vida toda.

Bem, tudo isto para dizer que não vou sair com ninguém hoje para jantar porque já sei tudo que será conversado e as novidades não me interessam. Escolho portanto a manutenção da amizade ficando aqui, terminando de ler meus casos e jantando sozinho sem falar com ninguém. Além disso, as 22 começa a final do Australian Open, algo que suplanta qualquer tipo de interação entre amigos sendo que a genese do jogo já é individual.

Agora preciso decidir o que vou comer. Estou com fome.
Fui ... mas eu volto.


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