
Semana passada quando fui para o Chile, terminei o livro do Greenspan, A Era da Turbulência. Faltava pouco e depois de quase dois meses finalmente consegui terminar.
O livro tem umas 500 páginas, foi escrito no auge de sua carreira, logo após ter saído da presidência do FED, isto é, em 2006, quando suas teorias sobre desregulamentação de mercado estavam no auge. Digamos que quase no auge, tendo em vista qwue o governo Bush transformou um superávit deixado por clinton de 300 bi por ano em um déficit de 1,5 tri por ano com suas guerra, corte de impostos e trapalhadas políticas.
Acredito inclusive que este tenha sido o real motivo de sua saída do FED. O livreo não é inteiro dedicado a sua biografia, o que é um alento tendo em vista que mais de 20 anos de presidência no FED não devem ser realmente muito emocionante e cheio de aventuras. Sua biografia termina próxima a págiuna 100 e o restante são capítulos que expolicam suas idéias sobre educação, tecnologia, globalização, dívida e um tema muito importante e recorrente no livro, a aposentadoria do baby boomers, filhos do pós guerra que estão agora começando a entrar em aposentadoria.
E por que isto é um problema ? Por que segundo o autor, somente este fato isolado irá gerar um descompasso de gastos da ordem de alguns trilhões na previdência americana e que isto deveria ter sido pensado durante os últimos 15 anos de forma a equalizar esta massa de novos aposentados entrantes, sem a correspondente entrada de novos pagantes na estrutura previdenciária. Basicamente com a taxa de natalidade caindo, este é um problema que vamos enfrentar em todos os países desevolvidos e em desenvolvimento.
O Brasil inclusive tem taxas de natalidade declinantes há 1 década já e uma expectativa de vida que passa dos 70 anos. Não é possível um sistema previdenciário que não quebre com uma estrutura destas. E não existem muitas soluções à vista: ou aumenta-se gradativamente as idades de aposentadoria, visto que vivendo-se mais com saúde, as pessoas podem trabalhar até mais tarde, ou aumentam-se os impostos de quem está na idade economicamente ativa para cobrir este tipo de benefício. Se somarmos a esta equação que não somente os pagantes estão aumentando sua expectativa de vida, mas os pertencentes à rede social ou seja, aqueles que não contribuem na vida, mas recebem o benefício, teremos um problema maior ainda e a solução talvez seja tomar ambas as atitudes acima.
Nos EUA, cuja rede social é até mais extensa que a brasileira a questão é ainda mais SÉRIA. Afinal, além de Bush ter destruído o superávit orçamentário e cortado importos para dinamizar a economia (tipo na segunda guerra mundial), tivemos a crise do mercado imobiliário de 2008 que colocou o pavoroso plano TARP em ação. Somente esta idéia de Obama e sua administração já vai de encontro às ideias liberais do livro do Greenspan.
Pelo livro, o mercado tem o poder de se autoregular, expulsando os ineficientes e criando novos empregos para os mais aptos. E eu concordo com isto. Daí, quando o mercado explode e os banco se alavancam mais do que deveriam, o governo pega alguns trilhões de dólares dos contribuintes que deveriam ser usados para todo o resto de coisas que um governo tem que cuidar, e usa para salvar os bancos por medo de um colapso maior.
Legal ! Mas daí o mercado não se regula nada então. Esta atitude salvou os bancos mas jogou a economia americana em uma situação delicada, onde os bancos emprestam pouco, as pessoas consomem pouco e por aí vai ... com o risco de entrarem em um processo ou inflacionário (por causa do excesso de dívidas - caso tenham que dinamizar a economia jogando mais moeda no mercado) ou deflacionário, o que seria pior ainda, tendo em vista que aumentar as dívidas do governo para acelerar a economia talvez não haja mais espaço no orçamento para isto. Tendo em vista que os maiores credores americanos são China, Japão e Brasil, é algo que precisa ser analisado com calma. No mínimo.
As idéias de Greenspan entretanto são muito articulados e seus argumentos sobre a destruição criativa gerada pela globalização, segurança de contratos e ambiente não inflacionário fazem muito sentido para a criação e amnutenção do desenvolvimento econômico. Não é a toa que apesar dos problemas, o desenvolvimento tecnológico, social, político e do pensamento empresarial no século XX foi realmente estrondoso. Somos uma raça nova com pouco mais de 150.000 anos de existência e nossa capacidade de influenciar na dinâmica global, de um mundo que está aí a 6 bilhões de anos é incrível.
Gostei muito do livro e recomendo para quem gostar do tema. Nçaoi li de ranheta, para achar motivo para criticá-lo como muito têm falado para mim. Acho o cara genial, articulado e muito ponderado em suas questões, e o livro mostra isto muito nos capítulso que ele discorre sobre suas idéias.
Este cara é froa da curva, e sua inteligência e idéias sobre o mundo mesmo com seus mais de 80 anos são dignas de uma leitura bem atenciosa de seu livro. Não é uma leitra trivial e muito menos simples. existem temas e capítulos que tive que ler algumas vezes para entender o cerne das questões levantadas. Por sinal, o li com uma caneta de grifo, marcando as melhores conclusões e passagens. Recomendo que quem for ler, leia desta forma, quase estudando afinal, nada mais interessante que uma mente afiada, culta e inteligente para nos mostrar que não existe somente um Norte, mas vários e depende de onde você está olhando.
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