Os fundos de ações que já sofreram muito ano passado, neste ano continuam na mesma ladeira abaixo. Não dá para culpar os gestores sozinhos por esta catástrofe, mas eles tem grande participação nisto. Afinal, eles são responsáveis pela estratégia de gestão.
Fundos fundamentalistas, aqueles mais de longo prazo, estão tomando muitos resgates independente da qualidade dos ativos que possuem na carteira. Os realmente bons, aqueles que são reconhecidos por fazer um excelente trabalho de garimpagem, estão sofrendo mas bem menos do que os que ainda precisam se provar.
Apesar de menores do que no primeiro trimestre de 2008, as principais gestores fundamentalistas do mercado continuam de pé e fazendo seu trabalho com tranquilidade. Tempo Capital, Dynamo, Fama, Orbe e RB Fundamental continuam firmes com suas carteiras de longo prazo e no processo de captação de novos recursos. Equipes experientes e sólidas, tem motivo para estarem assim.
Em compensação as que não conseguiram passar a barreira da credibilidade e do patrimônio mínimo para manterem sua equipes estão sofrendo muito. Humaitá, Rio, Cox e Galleas são as mais emblemáticas neste grupo.
A Galleas é café-com-leite, pois decidiu fechar o fundo por 6 meses para estancar a sangria (prazo que termina nos próximos meses) e por isto não está tendo resgates. Mas é café-com-leite, pois acho que quando reabrir o fundo, pernas para quem te quero. E a Rio que a cada 30 dias muda a carteira toda ? Nunca vi um gestor fundamentalista fazer isto, então posso considerar que também é café-com-leite.
Todos sem dúvida são fundamentalistas, mas não tem um que seja igual ao outro. A Orbe com dois sucessos em 2008, no segundo semestre, no auge da crise, com as operações de Vigor e Unibanco é por enquanto a estrela mais brilhante, juntamente com a Tempo Capital que acertou, além de Unibanco, Nossa Caixa e fechou o ano com um rentabilidade de somente -12%. O Orbe Value fechou com -18%, contra uma bolsa de -41%. Invejáveis ambos.
Tem ainda aqueles que parecem que perderam a mão. São tradicionais, mas parecem perdidos no meio deste aumento de volatilidade e trocam de portfolio no meio da crise com a mesma frequência que trocam de roupa. A Investir Profissional é o exemplo mais claro deste grupo.
Não preciso dizer que não existem compradores neste mercado de merda e por isto, qualquer troca de posição sugere perda de dinheiro, pois para sair, vai ter que enfiar mais para baixo. Acho isto o pior dos mundos - vender agora, significa quase uma convicção plena de que fez cagada quando montou a posição, não analisando com cautela variáveis como margem de segurança e liquidez dos papéis. Resgates existem sempre. O trabalho de alocação tem que contemplar isto.
Na crise, tudo fica pior, diferente e mais emocional. Se algo era mais ou menos, na crise vira uma bomba. Se era bom, na crise fica médio. Portanto, para sair deste buraco tem que alocar em ativos fantásticos, sem a mínima chance de dar besteira. Daí sim o jogo em um futuro próximo vira a seu favor. Por enquanto, ou se faz isto, ou fica entocado, com dinheiro em caixa. Muita calma nesta hora é o que diferenciará perdedores e ganhadores da crise.
Bem, ainda tem os novos que surigiram em 2008. Não sei o que falar deles mas são a Leblon Equities, do grupo que saiu da IP, a Edge Investimentos e a MSquare. Para estes, tem que dar tempo para mostrarem o que sabem e se aguentam a pressão. Mas certamente são promissores.
A gente sabe como é: "jogo é jogo, treino é treino".
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