A tônica de todos os jornais e diários econômicos atualmente é sobre o desenrolar da crise americana e européia. Economistas do mundo todo tem se dividido entre as frentes: mantém-se o gasto publico e os estimulos ou começam-se os cortes dos estímulos, ao mesmo tempo que se faz um severo ajuste fiscal.
Tanto EUA quanto Europa vivem este dilema e até as cartas mensais de gestores de fundos, caras renomados no mercado de dívidas, como Howard Marks da Oaktree Investments, tem dado suas opiniões e pitacos sobre o assunto.
Não preciso dizer que aqui no Brasil, para variar, a quantidade de palpiterios nunca esteve tão alta. Desde jornalistas pseudo-antenados, passando por cartas de gestores de fundos de ações, muitos deles que não levantam de suas cadeiras para ver como está a economia real do Brasil – imagine lá de fora, até casas de análise com viés, como bancos, e aquelas que se dizem independentes, mas possuem partes diretamente interessadas como acionistas.
Lá fora, os caras mais qualificados não têm dado sinais muito animadores do que pode acontecer no mundo econômico nos próximos anos. Inteligentes e bem formados como costumam ser, não expõe suas opiniões em assuntos que não conhecem a fundo e por isto, a maior parte do que leio, de gente diretamente interessada no assunto, é algo ralo, pouco definido e sem aquela profusão de diretrizes vagas ou verdades proféticas ditas quase sempre por um bufão.
Não posso dizer o mesmo do que ando lendo e ouvindo sobre este assunto aqui no Brasil. Impressionante como brasileiros, mais especificamente os sábios do mercado financeiro, querem ter uma opinião sobre temas que mal conhecem e não tem dados para analisar. Nem que para isto, a fonte de informação seja o jornal do dia anterior ou a notícia da Bloomberg. Ou o que o amigo, supostamente mais qualificado, falou.
É uma corrente de fofocas interminável. Um enorme telefone sem fio que procura definir, opinar, mensurar, enquadrar e regular sistemas econômicos tão complexos que nem os próprios governos hoje têm capacidade de fazê-lo com a exatidão necessária.
POR QUE NÃO CALAM A BOCA ?
POR QUE TEM QUE TER UMA OPINIÃO SOBRE UM TEMA QUE NÃO CONHECE ?
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