Se considerarmos que existe um Deus justo e que ele é responsável pelo nosso julgamento no final do caminho, não sei se estamos bem ou mal. Tendo a achar que estamos mal. Seria mais correto se nossas ações e consequências falassem por si só. Mais prático certamente.
Mas existem coisas que acontecem com certas pessoas que não tem nada a ver com Deus, mas somente com seus atos, ações e reações ao longo de nos anos, sem auto-julgamento e pragmatismo. É claro que é mais fácil culpar um terceiro por algo que está acontecendo conosco, afinal, nos exime da reponsabilidade de nos analisarmos e entendermos as causas que levaram àquele desdobramento vil.
É difcíl assumir que se está ou esteve errado por vários anos. Que as atitudes não correspondem aos fatos. Mas possível. Quase impossível entretanto é que assumido este erro, de coração, tome-se a iniciativa de mudar a agenda, se reinventar para que os mesmos desdobramentos não voltem a ocorrer.
Assumir o erro não tem mérito nenhum e muita gente usa isto somente para não ter que entrar na fase mais aguda do problema e ter que mudar, perder se for o caso e se auto-analisar. Assume-se que está errado e como num passe de mágica tudo volta ao normal.
A falta de pragmatismo está matando as pessoas, deixando o mundo pior, acabando com famílias e deixando as pessoas mais infelizes.
Nossas vidas mais parecem como se um navio estivesse se dirigindo a uma montanha e o capitão, percebendo o acidente, anota no diário, “hoje percebi que estamos nos dirigindo a uma montanha. Assumo oficialmente que errei a leitura do mapa.”; fecha o diário e vai dormir.
Por mais absurdo que pareça é exatamente assim que é a vida da maioria das pessoas. Ninguém quer perder o que já conquistou, mesmo que seja somente um grão de areia, em detrimento de mudanças que podem gerar conquistas ainda maiores. O medo da perda e de perder, de ser visto como perdedor, mesmo que seja temporário. O medo do novo. O medo do conhecimento. O medo da reação a algo que não se conhece.
Temos medo. Temos medo porque temos consciência e é isto que nos difere de outros animais. A consciência nos difere e nos imobiliza diante dos dilemas da vida. Nossa luta diária é vencer o medo gerado pela percepção de que podemos perder tudo e que por isto, seria melhor ficar imóvel. Lutamos para ser conscientes, mas ainda não conseguimos lidar com os efeitos disto.
E onde está Deus onipotente e onipresente nisto ?
Onde sempre esteve
de onde nunca saiu
em lugar nenhum
pois nunca existiu.
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