Sem exceção, todos os meus maiores erros aconteceram porque agi muito lentamente.
John Chambers - Pres. mundial da CISCO
Quando li esta frase na Exame deste mês na hora pensei na minha própria vida. Este dilema da velocidade em se resolver questões de negócio e da própria vida pessoal é algo que me intriga. Por um lado, temos muita gente que diz que ter calma e fazer devagar evita erros, e outros que dizem que a velocidade nas decisões é que transforma a economia.
Existe um pouco dos dois. Tendo mais para o segundo grupo.
Não me vejo tomando decisões rápidas todas as horas e sobre qualquer assunto, mas certamente, decisões lentas na maioria das vezes causam perdas às vezes inalcansáveis mais tarde.
A questão maior é sobre a limitação de tempo e quantidade de coisas que temos que fazer para que encaixemos nossa agenda neste tempo limitado. E aí que entra o problema da decisão lenta. Basicamente, quando demoramos muito para tomar uma decisão, as questões que a envolvem vão tomando em nossa mente um espaço maior que de fato deveriam.
Existem 2 complicações nisto: primeiro é que nossa capacidade de processamento mental é limitada. Ficar batendo a cabeça para achar uma resposta nem sempre é a melhor decisão. Pense em tudo e também no problema e algo me diz que a resposta virá mais fácil.
Não existe nada mais estúpido do que aquela frase que diz que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Bobagem.
“Água mole em pedra dura tanto bate até que acaba a água”, esta sim é a frase correta. Se a resistência é muito grande, devemos achar alternativas de desvio e não ficar martelando.
A velocidade das decisões gera uma necessidade preemente de se encontrar alternativas. E isto é bom sempre, sem contra-indicações, pois às vezes achamos soluções que nem esperávamos que houvessem.
O segundo ponto é que por mais que tenhamos que parar e pensar para tomar uma decisão, se demoramos demais, perdemos o timing. E isto pode ser fatal. Como de fato o é, na maioria das empresas e na maioria das pessoas.
Hoje mesmo tive uma experiência deste tipo. Meu primo me ligou dizendo que do nada veio um cara querendo comprar o apartamento dele, que nao estava à venda, por R$ 5.100 o m2. Claro que ele não tem para onde ir. Não estava esperando por isto.
Minha recomendação foi faça logo e venda pro cara. Negocie um prazo para sair e direcione seus próximos fins de semana para achar uma boa oportunidade imobiliária. Ele pagou R$ 4.000 o m2 há 2 anos. Em resumo, como diria o sr. Phil Nike … JUST DO IT.
Vale lembrar que anos mais tarde a REEBOK veio com outra frase: DON´T JUST DO IT. DO IT BETTER.
Bem, mas o ponto é que tenho diversas e muitas histórias sobre este negócio que incomoda muito as pessoas lentas chamado Timing. Às vezes parece que ele não existe. Eu, pessoalmente, acho que mais do que decisões corretas sempre, achar o timing correto pode fazer uma baita diferença. E timing, só se consegue respirando o assunto, vivendo intensamente e decidindo sempre (por isto que não acredito em gente boa que trabalha pouco).
Não é uma ciência exata, uma metodologia. É um sentimento, um feeling que nos diz que “agora dá para fazer”. E este sentimento vem da nossa incrível capacidade de processamento e de relacionar fatos, pessoas, idéias, informações, arquivos, imagens, relacionamentos .... ou seja, tudo que vivemos, e focar em uma única decisão.
Nos erros funciona do mesmo jeito. Saber a hora de parar é tão ou mais importante do que decidir pela hora de começar. Aquelas estatisiticas de empresas que quebram no Brasil tem muito a ver com isto. Empreendedores mal preparados tem o ímpeto de começar, mas certamente não sabem quando parar.
Em resumo: decida rápido e saiba quando parar. Ah! e claro .. trabalhe muito, muito mesmo e com isto, respire e viva as decisões que devem ser tomadas.
É aí que está o segredo – que nem eu sei a resposta.
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