"Milk - A voz da Igualdade"

 Fui ver hoje o filme acima.

É um ótimo filme. Dirigido por um diretor instável - Gus Van Saint - , o mesmo de Good Will Hunting (Gênio Indomável), mas que foi bastante previsível neste filme. Música de Danny Elfman - nem precisava ter dito, pois no começo do filme já dá para perceber pelos tons graves e monocórdicos, meio sombrios demais pro meu gosto, mas sem dúvida um excelente compositor. Só para se situar, quem gosta muito de Danny Elfman é o diretor Tim Burton e o usou sem rodeios nos filmes Batman com Michael Keaton, Betlejuice, Edward Mãos de Tesoura e A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.

Milk é um bom filme. Não sou homofóbico, mas ver várias cenas de homens se beijando e indo para cama não é algo que me deixa completamente à vontade. Fico meio incomodado. Acho que nisto o diretor podia ter sido menos visual, mais subliminar.

O tema entretanto e a profundidade da história são supreendemente bem amarrados. Excelentes atores de suporte que certamente ajudaram na atuação e no Oscar merecido de Sean Penn por este papel.

Este negócio de direitos iguais, minorias, gays e afins é algo que sempre se fala muito pouco e quando se fala, não se diz a verdade e nem o que se pensa. Todos suportam mas poucos assumem com maturidade que ser heterossexual ou gay não interessa para ninguém a não ser para a pessoa em questão.

Sinceramente acho desgastante qualquer tipo de preconceito, nem me dou ao trabalho de discutir ou argumentar, pois simplesmente não faz o menor sentido. Isto entretanto é diferente de termos posturas contra ou à favor de alguém ou de alguma postura em certos ambientes. Eu explico. Não dá para ter preconceito por exemplo contra os japoneses, mas em alguns ambientes, por diferenças culturais muito além de nosso entendimento, a falta de flexibilidade política dos japoneses é irritante.

Isto é preconceito ?

Não sei, mas daria uma boa e longa conversa. Só pelo fato da generalização já poderia encaixar como sendo, mas o fato é que fora destes "certos" ambientes, não a nada que desabone a relação. E aí que entra a dúvida se é ou não.

Bem, o filme trata menos destas sutilezas e mais dos direitos civis desta minoria e o impacto sofrido pela sociedade hipócrita em volta. Certamente vale ser visto. No mínimo é uma aula de história não aprendida em salas de aula.