quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Saber sem falar e falar sem saber

Esta crise financeira que estamos passando tem me deixado atônito com a quantidade e qualidade das bobagens que tenho lido.

De repente, economia e econometria, assuntos triviais na vida de qualquer um, virou assunto de boteco. Jornalistas escrevem sobre isto com uma ingenuidade ímpar, como se o mundo da matemática pudesse ser reduzido à uma equação de primeiro grau (para quem não sabe: ax+b=0). Falam como pensam e como não tem conceito, não sabem o que pensam, e por isto concluem errado e, claro, escrevem errado. Geralmente uma bobagem sem pé nem cabeça.

Mas as pessoas lêem.

Lêem errado, e como também não tem base e nem outra fonte, acreditam. Errado. E com estes dados, tomam decisões de investimento e que poderão impactar suas vidas por muitos e muitos anos.

Decisões erradas.

Tudo baseado no que sai no jornal que um jornalista que, na maioria das vezes, concluiu aquilo lendo outros jornalistas que também pensam ............ errado. Ou melhor, é uma sequência infindável de erros e decisões em cima de erros de interpretação.

Como resolver isto ? Lula resolveu não ler jornal e claro, como os donos da palavra só ganham dinheiro se alguém compra seus jornais, caíram de pau em cima do presidente. Mas será que ele está redondamente errado ?

Jornal precisa vender. O que vende jornal não é informação fidedigna, mas informação que pode ser fidedigna, contanto que haja caos, tragédia, tumulto, pânico. Se não há nada disto, não vende jornal. Bem, somando 2+2 concluímos que existe um enorme conflito de interesse entre os jornalistas e seus leitores com relação à intepretação dos fatos.

Então para que ler jornal ?

Para ler as tirinhas do Calvin. Isto sim é informação importante.

O resto ..... bem, é o resto ......

E ainda querem impor uma regra que os técnicos que escrevem para os jornais e revistas só possam ser jornalistas. Técnicos e jornalistas na mesma frase ? Ops ... não combina. Ainda bem que está bobagem ainda não pegou, senão iam noticiar até que melancia dá em árvore.

A regra está ao contrário: jornalismo deveria ser somente pós-graduação e todos que escrevem deviam fazê-lo somente nos assuntos de suas áreas de formação principal. Assim sim, talvez teríamos menos bobagens sendo escritas diariamente.

Afinal, melancia dá em árvore ou não ?

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